TÚMULO DA MARQUESA DE SANTOS
foto: Adriana Soares
CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO
Museu do Cemitério da Consolação, tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), em 09/07/2005.Como o terreno foi doado pela Marquesa de Santos, começamos por conhecer seu túmulo em estilo colonial com a representação da sobriedade da morte.Visitamos estilos clássicos, neoclássicos, ecléticos, as rosáceas nos portões dos túmulos sempre presentes levando-nos a representações neogóticas.Representação dos Profetas pode observar sempre em túmulos góticos, lembrando a era renascentista.O túmulo da Família Calfat, esculpida por Victor Brecheret, com representações modernistas, linhas de expressão neoclássica, concepção da ordem, podemos observar o escudo, brasão e o símbolo do SESI, a marca da fidalguia.Os túmulos são representações do individuo, a construção de si mesmo, trazendo nos mausoléus o espaço de construção de memória.A Família Matarazzo possui vários túmulos, sendo que um deles existe uma capela onde todos da família rezam pelos seus mortos.Túmulos como o de Campos Salles, Monteiro Lobato, Tarsila do Amaral, podemos apreciar belíssimas obras de arte e uma representação coletiva e individual, todas capazes de falar por si só e nos levar a desvendar uma História através da Memória.BREVE HISTÓRIA DO CEMITÉRIOCom a Belle Époque paulistana no auge e o ideal de vida da elite; era a imitação dos hábitos parisienses, arquitetura, moda, festas, convenções e também dos sepultamentos e ornamento dos túmulos conferiam à sociedade paulistana os ares cosmopolitas, modernos e intelectuais.O costume era os sepultamentos em igrejas e contestado por sanitaristas e médicos que defenderam o fim dos sepultamentos nas igrejas por considerarem esta pratica insalubre e nociva à saúde pública, em 1856 a Assembléia Legislativa Providencial de São Paulo aprovou o Primeiro Regulamento para os cemitérios da cidade de São Paulo. Esta medida provocou inúmeros protestos entre os praticantes do cristianismo que já tinham incorporado a tradição do sepultamento nas igrejas. Apesar dos protestos, o regulamento passou a ser seguido, surgindo em agosto de 1858 o Cemitério Municipal depois chamado Cemitério da Consolação. Sua localização era primordial para uma condição essencial e para garantir a salubridade da área urbana.Nos primeiros anos da inauguração eram sepultadas pessoas de várias classes sociais, escravos e senhores de escravos. Com os passar dos anos a elite sentiu uma necessidade de ter um lugar para lembrar seus mortos. A ostentação imperava entre a elite geralmente de imigrantes que aqui chegaram e falava mais alto e ter um lugar próprio para as famílias abastadas, criava “status” e gerava um patrimônio a ser zelado. A partir da primeira década do século XX, contratavam construtores e escultores de renome, em sua maioria de origem italiana ou com formação na Europa, como Victor Brecheret, Luigi Brizzolara, Galileo Emendabili, entre outros, para construírem e ornamentarem os túmulos das ilustres personalidades.Esses túmulos ricamente ornamentados ou mesmo despojados testemunham importantes fatos da história social de São Paulo e do Brasil. Trazem a nosso conhecimento representantes da vida política e cultural, seus feitos e a repercussão na cidade.Da mesma forma temos nas necrópoles antigas muitas informações que inevitavelmente provocam a reflexão sobre a construção da cidade, dos novos hábitos da comunidade paulistana, suas complexidades e disparidades verificadas hoje.A visita monitorada é parte do projeto Arte Tumular, idealizado pelo Serviço Funerário do Município de São Paulo, a partir de pesquisas realizadas pelo historiador Délio Freire dos Santos, falecido em 12/04/2002.
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